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Ansiedade como caminho: quando o desconforto aponta para a sua transformação

  • Foto do escritor: Thálita Borges
    Thálita Borges
  • 19 de mai.
  • 3 min de leitura

Atualizado: 13 de ago.


Mulher pensando
Mulher aflita

A ansiedade é um dos sentimentos mais presentes no cotidiano contemporâneo. A correria da vida, a pressão por desempenho, as incertezas do futuro — tudo parece contribuir para essa sensação constante de inquietação e desconforto. Muitas vezes, a ansiedade aparece como um inimigo a ser combatido, um sintoma a ser eliminado. Mas… e se ela for, na verdade, um chamado da alma?


Sob a ótica da psicologia junguiana, a ansiedade pode ser compreendida não apenas como um problema, mas como um sinal simbólico de que algo dentro de nós precisa ser ouvido. O desconforto que sentimos pode ser o início de um processo de transformação psíquica, uma travessia rumo a mais autenticidade, sentido e conexão consigo mesmo.


Neste artigo, vamos explorar como a ansiedade, quando escutada com profundidade, pode deixar de ser apenas uma crise e se tornar um caminho de autoconhecimento e integração.


O que a ansiedade quer nos mostrar?


Na abordagem junguiana, os sintomas psicológicos não são vistos apenas como perturbações a serem controladas, mas como mensageiros do inconsciente. Eles surgem quando há um conflito interno, um descompasso entre o que vivemos externamente e o que, internamente, desejamos ou precisamos.


A ansiedade, nesse contexto, pode estar sinalizando:

  • Um desalinhamento entre sua vida atual e seus verdadeiros valores

  • Um medo inconsciente da mudança, do desconhecido ou do próprio crescimento

  • A aproximação de conteúdos emocionais profundos que vêm sendo evitados

  • Um convite para rever padrões de comportamento, relações ou escolhas de vida


Diferente de uma simples reação ao estresse do dia a dia, a ansiedade persistente ou intensa costuma indicar que algo está pedindo transformação. E ignorar esse chamado pode resultar em sintomas cada vez mais fortes: insônia, irritabilidade, sensação de sufocamento, pensamento acelerado, entre outros.


Aflito

Exemplos simbólicos na prática


A psicologia junguiana trabalha com imagens, mitos e símbolos — formas pelas quais o inconsciente se comunica. E, muitas vezes, a ansiedade aparece como um símbolo de transição.


Alguns exemplos práticos:

  • Uma pessoa sente crise de ansiedade toda vez que precisa tomar uma decisão importante. Ao investigar mais profundamente, descobre um medo inconsciente de errar e desapontar figuras internas de autoridade, herdadas da infância.

  • Alguém vive uma fase de vida em que tudo “deveria estar bem”, mas sente uma angústia constante. A psicoterapia revela que a ansiedade surge porque uma parte de si deseja algo diferente — mais liberdade, mais verdade, mas ainda não se sente autorizada a mudar.

  • Outra pessoa sonha repetidamente com situações de perigo ou perseguição. Com o apoio terapêutico, percebe que está tentando fugir de aspectos reprimidos de si mesma — emoções, desejos ou escolhas que ainda não puderam ser integrados.


Esses exemplos mostram como a ansiedade pode ser uma ponte entre a vida que temos e a vida que queremos viver, ainda que de forma inconsciente.


Como a psicoterapia junguiana pode ajudar?


Na abordagem junguiana, o tratamento da ansiedade não se resume a técnicas de controle. O objetivo é compreender o que há por trás do sintoma, acolhendo suas causas profundas e abrindo espaço para que o inconsciente possa se expressar.


Através do diálogo terapêutico, do trabalho com sonhos, imagens, mitos e símbolos, é possível:

  • Aprofundar o autoconhecimento

  • Identificar conflitos internos e emoções não elaboradas

  • Desenvolver uma escuta mais compassiva de si

  • Reconhecer seus próprios limites e desejos

  • Construir um novo caminho, mais alinhado com sua verdade


A psicoterapia torna-se, assim, um espaço seguro para reconhecer o chamado que a ansiedade traz — e começar a respondê-lo com presença, cuidado e transformação.


Por mais desconfortável que seja, a ansiedade carrega um convite: olhar para dentro. Quando escutamos esse chamado com atenção e coragem, ela deixa de ser apenas um sintoma para se tornar um portal — um caminho para conhecer aspectos de nós mesmos que estavam esquecidos, calados ou reprimidos.


Algumas práticas que podem ajudar:

  1. Observe seus gatilhos sem se julgar. O que a ansiedade quer dizer?

  2. Crie momentos de pausa e silêncio. A escuta do corpo e da alma começa no silêncio.

  3. Escreva ou desenhe o que sente. Dar forma à ansiedade ajuda a compreendê-la.

  4. Busque ajuda profissional. Você não precisa atravessar isso sozinho(a).

Está pronto(a) para escutar o que a ansiedade está tentando revelar?


Se você sente que a ansiedade tem tomado espaço demais na sua vida, ou que ela pode estar tentando te mostrar algo mais profundo, a psicoterapia pode ser um caminho transformador.

Estou aqui para te acompanhar nesse processo, com escuta, acolhimento e respeito à sua história.


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