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Ansiedade como caminho: quando o desconforto aponta para a sua transformação

  • Foto do escritor: Thálita Borges
    Thálita Borges
  • 19 de mai.
  • 3 min de leitura

Atualizado: 23 de out.


Mulher pensando
Mulher aflita

A ansiedade é um dos sentimentos mais presentes no cotidiano contemporâneo. A correria da vida, a pressão por desempenho, as incertezas do futuro, tudo parece contribuir para essa sensação constante de inquietação e desconforto. Muitas vezes, a ansiedade aparece como um inimigo a ser combatido, um sintoma a ser eliminado. Mas… e se ela for, na verdade, um chamado da alma?


Sob a ótica da psicologia junguiana, a ansiedade pode ser compreendida não apenas como um problema, mas como um sinal simbólico de que algo dentro de nós precisa ser ouvido. O desconforto que sentimos pode ser o início de um processo de transformação psíquica, uma travessia rumo a mais autenticidade, sentido e conexão consigo mesmo.


Neste artigo, vamos explorar como a ansiedade, quando escutada com profundidade, pode deixar de ser apenas uma crise e se tornar um caminho de autoconhecimento e integração.


O que a ansiedade quer nos mostrar?


Na abordagem junguiana, os sintomas psicológicos não são vistos apenas como perturbações a serem controladas, mas como mensageiros do inconsciente. Eles surgem quando há um conflito interno, um descompasso entre o que vivemos externamente e o que, internamente, desejamos ou precisamos.


A ansiedade, nesse contexto, pode estar sinalizando:

  • Um desalinhamento entre sua vida atual e seus verdadeiros valores

  • Um medo inconsciente da mudança, do desconhecido ou do próprio crescimento

  • A aproximação de conteúdos emocionais profundos que vêm sendo evitados

  • Um convite para rever padrões de comportamento, relações ou escolhas de vida


Diferente de uma simples reação ao estresse do dia a dia, a ansiedade persistente ou intensa costuma indicar que algo está pedindo transformação. E ignorar esse chamado pode resultar em sintomas cada vez mais fortes: insônia, irritabilidade, sensação de sufocamento, pensamento acelerado, entre outros.


Aflito

Exemplos simbólicos na prática


A psicologia junguiana trabalha com imagens, mitos e símbolos, formas pelas quais o inconsciente se comunica. E, muitas vezes, a ansiedade aparece como um símbolo de transição.


Alguns exemplos práticos:

  • Uma pessoa sente crise de ansiedade toda vez que precisa tomar uma decisão importante. Ao investigar mais profundamente, descobre um medo inconsciente de errar e desapontar figuras internas de autoridade, herdadas da infância.

  • Alguém vive uma fase de vida em que tudo “deveria estar bem”, mas sente uma angústia constante. A psicoterapia revela que a ansiedade surge porque uma parte de si deseja algo diferente, mais liberdade, mais verdade, mas ainda não se sente autorizada a mudar.

  • Outra pessoa sonha repetidamente com situações de perigo ou perseguição. Com o apoio terapêutico, percebe que está tentando fugir de aspectos reprimidos de si mesma, emoções, desejos ou escolhas que ainda não puderam ser integrados.


Esses exemplos mostram como a ansiedade pode ser uma ponte entre a vida que temos e a vida que queremos viver, ainda que de forma inconsciente.


Como a psicoterapia junguiana pode ajudar?


Na abordagem junguiana, o tratamento da ansiedade não se resume a técnicas de controle. O objetivo é compreender o que há por trás do sintoma, acolhendo suas causas profundas e abrindo espaço para que o inconsciente possa se expressar.


Através do diálogo terapêutico, do trabalho com sonhos, imagens, mitos e símbolos, é possível:

  • Aprofundar o autoconhecimento

  • Identificar conflitos internos e emoções não elaboradas

  • Desenvolver uma escuta mais compassiva de si

  • Reconhecer seus próprios limites e desejos

  • Construir um novo caminho, mais alinhado com sua verdade


A psicoterapia torna-se, assim, um espaço seguro para reconhecer o chamado que a ansiedade traz e, começar a respondê-lo com presença, cuidado e transformação.


Por mais desconfortável que seja, a ansiedade carrega um convite: olhar para dentro. Quando escutamos esse chamado com atenção e coragem, ela deixa de ser apenas um sintoma para se tornar um portal, um caminho para conhecer aspectos de nós mesmos que estavam esquecidos, calados ou reprimidos.


Algumas práticas que podem ajudar:

  1. Observe seus gatilhos sem se julgar. O que a ansiedade quer dizer?

  2. Crie momentos de pausa e silêncio. A escuta do corpo e da alma começa no silêncio.

  3. Escreva ou desenhe o que sente. Dar forma à ansiedade ajuda a compreendê-la.

  4. Busque ajuda profissional. Você não precisa atravessar isso sozinho(a).

Está pronto(a) para escutar o que a ansiedade está tentando revelar?


Se você sente que a ansiedade tem tomado espaço demais na sua vida, ou que ela pode estar tentando te mostrar algo mais profundo, a psicoterapia pode ser um caminho transformador.

Estou aqui para te acompanhar nesse processo, com escuta, acolhimento e respeito à sua história.


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