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Quando a insegurança vira ciúmes: um olhar junguiano sobre relacionamentos amorosos

  • Foto do escritor: Thálita Borges
    Thálita Borges
  • 6 de ago.
  • 3 min de leitura

Atualizado: 13 de ago.


Casal
Casal

Você já se pegou sentindo ciúmes mesmo quando, racionalmente, sabe que não há motivo? Já viveu aquele desconforto interno — às vezes sutil, às vezes intenso — diante de algo que o(a) parceiro(a) fez, disse ou simplesmente deixou de dizer?


O ciúmes é um sentimento comum, mas quando se torna frequente ou intenso, pode comprometer a qualidade da relação, trazendo conflitos, desconfiança e desgaste emocional. O que muitas vezes não percebemos é que o ciúmes não nasce do outro, mas de dentro — de nossas inseguranças, medos e experiências emocionais anteriores que ainda não foram reconhecidas ou curadas.


Neste artigo, vamos explorar como a psicologia junguiana compreende o ciúmes e de que maneira ele está profundamente ligado à insegurança interna, às imagens inconscientes que carregamos sobre amor, abandono e valor pessoal.


O que está por trás do ciúmes?


Na abordagem junguiana, o ciúmes é visto como um sintoma que revela um conflito interno. Em vez de focar apenas no comportamento do outro, buscamos entender o que dentro de nós está sendo ativado quando sentimos ciúmes.


Na maioria das vezes, o ciúmes nasce da ameaça de perder algo que consideramos essencial para nossa identidade ou segurança emocional. Ele pode estar associado a:

  • Medo do abandono ou rejeição

  • Sentimento de inferioridade ou desvalor

  • Comparações constantes com outras pessoas

  • Necessidade de controle como forma de se proteger

  • Experiências afetivas passadas não elaboradas


Esses sentimentos geralmente não são conscientes. Estão escondidos em camadas profundas da psique — muitas vezes ligados a complexos emocionais que foram formados na infância ou em vivências anteriores.


Por exemplo, uma pessoa que viveu uma infância marcada por insegurança emocional pode carregar um complexo de abandono. Quando entra em um relacionamento, projeta esse medo no(a) parceiro(a) e, sem perceber, interpreta comportamentos neutros como sinais de rejeição.


Casal feliz
Casal

Insegurança: o solo fértil do ciúmes


A insegurança atua como um solo fértil onde o ciúmes cresce. E ela pode se manifestar de muitas formas: baixa autoestima, necessidade constante de validação, medo de ser trocado(a), dúvidas sobre o próprio valor.


Quando não reconhecemos essas inseguranças, acabamos tentando controlá-las através do controle do outro: querer saber onde está, com quem está, o que sentiu, o que quis dizer. Mas esse controle é ilusório e acaba gerando afastamento e desgaste.


A psicologia junguiana convida a olhar para esses sentimentos não como falhas, mas como portais de autoconhecimento. A pergunta central não é "o que o outro está fazendo?", mas "o que essa situação desperta em mim?"


Como a psicoterapia pode ajudar?


A psicoterapia na abordagem junguiana oferece um espaço seguro para:

  • Explorar as raízes emocionais da insegurança e do ciúmes

  • Compreender os complexos afetivos que influenciam sua vida amorosa

  • Trabalhar com símbolos, sonhos e imagens internas que revelam seus conflitos inconscientes

  • Desenvolver uma relação mais sólida consigo mesmo(a), diminuindo a dependência emocional

  • Aprender a se relacionar com o outro de forma mais livre, consciente e amorosa


A meta não é eliminar o ciúmes, mas escutá-lo como uma mensagem da psique — um chamado para cuidar de si e amadurecer emocionalmente.


Casal
Casal

Sentir ciúmes não é sinal de fraqueza, e ter inseguranças é parte da experiência humana. O problema está em ignorar o que sentimos ou projetar no outro aquilo que precisamos resolver dentro de nós.


Quando nos propomos a escutar o que a alma está tentando nos dizer, podemos transformar o ciúmes em um caminho de crescimento emocional e reconexão com o nosso próprio valor. E, a partir disso, construir relacionamentos mais saudáveis, verdadeiros e respeitosos — consigo mesmo(a) e com o outro.


Algumas sugestões práticas:

  1. Observe o ciúmes com curiosidade, não com julgamento.

  2. Pergunte-se: o que estou realmente sentindo falta?

  3. Escreva ou fale sobre seus sentimentos, mesmo que pareçam confusos.

  4. Busque apoio terapêutico. A escuta profissional pode iluminar o que você ainda não consegue ver.


Se você sente que a insegurança ou o ciúmes têm interferido na sua vida amorosa, a psicoterapia pode ser um espaço seguro e acolhedor para compreender o que está por trás desses sentimentos — e, a partir disso, cultivar relações mais conscientes e equilibradas.


Estou aqui para te acompanhar nesse processo de autoconhecimento e transformação emocional.



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